Família de morto na Antártida não acredita em 'falha na segurança'
Para irmão de sargento, incêndio foi 'fatalidade'; 'ele era tudo', diz mulher.
Marinha abriu inquérito policial militar para investigar as causas da tragédia.
A Marinha abriu um inquérito policial militar (IPM) para apurar as causas do incêndio, que destruiu quase totalmente a estação. Além de Santos, morreu também no incêndio o suboficial Carlos Alberto Vieira Figueiredo. Ficou ferido o sargento Luciano Gomes Medeiro, que sofreu queimaduras e, segundo a filha Thaís, está bastante abalado.
"Não houve falha na segurança. Para mim, o que ocorreu foi uma fatalidade. A segurança na base é primordial, eles zelam muito pela segurança de todos na base", disse Irineu Lopes, irmão de Santos.
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"Antes deles irem para a Antártida, passam por treinamentos rigorosos. Os militares que estão ali são os melhores, passam por uma dura seleção, e são preparados psicologicamente e tecnicamente para isso", acrescenta ele.A mulher do sargento, Suely Colares, afirma que "Roberto era um pai e companheiro exemplar". "Ele era tudo, tanto na minha vida quanto na vida dos meus filhos. Só tenho a agradecer a Deus por ele ter sido este homem maravilhoso", disse, chorando, Suely.
Uma aeronave da Força Aérea irá trazer ao Brasil neste domingo (26) os pesquisadores e a equipe civil que estava na base Comandante Ferraz e foi levada, após o incêndio, para Punta Arenas, no Chile.
Pesquisadores brasileiros chegam ao aeroporto de Punta Arenas, no Chile, após o incêndio na Estação Antártica Comandante Ferraz (Foto: Reuters/Stringer)
Suboficial é herói para a famíliaO suboficial baiano Carlos Alberto Vieira Figueiredo, que morreu no incêndio, tem um filho, Vinícius, aspirante da Polícia Militar da Bahia. O jovem disse que soube da morte por volta das 12h deste sábado (25). Considerado um herói pela família, segundo o relato do filho, Carlos Alberto deixa mais um filho e esposa, que foi mantida sedada desde o recebimento da notícia.
O aspirante Figueiredo informou ainda que o pai estava há 29 anos na Marinha e que a previsão era de que ele se aposentasse no próximo ano. O suboficial foi enviado para a Antártida em março de 2011 e deveria voltar ao Brasil no próximo mês. De acordo com o relato do filho, Carlos Alberto se comunicava diariamente com a família, tanto por telefone quanto pela internet, e na última conversa teria reforçado o retorno dizendo que as malas já estavam arrumadas.
Leia íntegra de nota
"O ministro da Defesa, Celso Amorim, recebeu há pouco do comandante da Marinha, almirante-de-esquadra Júlio Soares de Moura Neto, a informação de que foram encontrados dois corpos na área atingida por um incêndio na Estação Comandante Ferraz. Há indícios de que sejam de dois militares desaparecidos, o suboficial Carlos Alberto Vieira Figueiredo e o sargento Roberto Lopes dos Santos. A Força Naval enviará uma equipe de peritos para identificá-los e confirmar os óbitos. O sargento Luciano Gomes Medeiros encontra-se internado em virtude de ferimentos."
Incêndio em base na Antártida (Foto: Armada de Chile/Reuters)
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